segunda-feira, 22 de julho de 2013

Cuba: 17 dias / 1ª Parte: Havana


Cuba sempre foi um sonho para mim. Muito se fala sobre Cuba, mas eu sempre quis ver com meus próprios olhos como funciona aquela ilha. Foi partindo dessa curiosidade que eu e meu marido decidimos nosso destino de 2013. Iríamos conhecer Havana, alugar um carro e ir até Trinidad (passando por algumas outras cidades). De quebra, ainda ficamos 5 dias no Panamá. Fomos com uma prima da minha mãe (Rosângela) e o marido dela (Maurício). Como a gente é de Florianópolis, tivemos que pegar o vôo da Copa Airlines (com conexão no Panamá) em Porto Alegre. Na volta a gente descobriu que tinham recém inaugurado um vôo direto Brasil (provavelmente SP)-Havana, o que facilita muito o turismo por lá. Já no aeroporto de Porto Alegre compramos o visto de Cuba, que custou 45 reais cada um (para o Panamá não precisa de visto) direto no balcão da Copa Airlines, na hora do check in. A gente gostou muito dos vôos da Copa Airlines. Atendimento ótimo, comida boa e vôo tranquilo. O único ponto negativo foi não ter mídia individual nas poltronas do vôo Poa-Panamá, que tem 7 horas de duração. Mas isso a gente tira de letra! 

Chegamos em Havana perto das 23h. Trocamos nosso euro por CUC direto no aeroporto. Em Cuba existem duas moedas: o peso cubano e o CUC. O peso cubano é a moeda da população. O CUC é a moeda para turista. Quase tudo é pago em CUC: o hotel, o táxi, a comida. 1 CUC vale 24 pesos cubanos. No começo é um pouco complicado, mas depois a gente acaba pegando o jeitinho! A gente trocou 30 CUCs  no aeroporto por moeda cubana (deu 720 pesos cubanos) e isso serviu para a viagem toda, já que a maioria das coisas é cobrada em CUC. Nosso peso cubano a gente usou para alguns lanches que eram cobrados em moeda nacional. A gente acabou levando euro porque lá, quando você vai trocar o dólar, de cara eles cobram uma taxa de 20%. Ou seja, se você trocar 100 dólares, na verdade eles vão te dar 80 dólares em CUC. Isso é para desvalorizar a moeda americana em solo cubano. Por isso valeu mais a pena a gente levar euro. No fim das contas, 1 CUC = R$2,40 (isso tendo comprado euro a R$3,00). 

Depois de fazer o câmbio, fomos para o apartamento que eu tinha alugado pela internet para nós 4! O aeroporto de Havana fica meio afastado do centro e a taxa que eles cobram é quase "tabelada": 25 CUC. Nosso apartamento ficava no bairro Vedado, que é um lugar muito bacana para ficar. O problema foi que, quando a gente chegou lá, o apartamento (no 8º andar) já estava ocupado. Então a senhorinha, que era dona do apartamento, nos ofereceu um outro, que ficava no 10º andar. O Thiago e o Maurício subiram lá, mas não gostaram muito (o elevador era muito velho e tinha uns vizinhos fazendo festa com um som muito alto). Então apareceu um moço, que morava nesse prédio e disse que iria nos ajudar a achar um lugar pra ficar. Ele saiu com o Thiago e o Maurício pela rua enquanto eu e a Rosângela ficamos guardando as malas no hall do prédio. Uns 5 minutos depois eles voltaram falando que tinham arranjado dois quartos com banheiro ali perto. 

Em Havana tem muitos hotéis, mas desde o começo a gente tinha concordado em ficar em "casas particulares" que são casas de cubanos, autorizadas pelo governo, para alugar quartos para turistas. A gente queria ter contato com os cubanos, e essa ideia acabou sendo a melhor da viagem! Fomos para nossos quartos ajeitar as malas e descansar. Não era na mesma casa, mas era muito perto...O quarto da Rosângela estava disponível para os próximos dias, mas o que eu e o Thiago ficamos, só estava disponível naquela noite, então ainda teríamos que escolher outro lugar pela manhã.

Eu e o Thiago nos correspondemos com um cubano desde 2007, por cartas e e-mail. O nome dele é Jorge, ele é formado em História, faz mestrado e trabalha no Instituto Histórico de Havana. Então tínhamos combinado de ele nos buscar no endereço do prédio onde a gente iria ficar, às 10 da manhã. No horário marcado ele estava lá, então saímos pela cidade, no nosso primeiro dia na capital cubana. Fomos do Vedado até Habana Vieja a pé, pelo Malecón, que é uma avenida de 8km, com uma muretinha que dá para o mar. O Malecón acabou sendo nosso lugar preferido de Havana. Durante o dia era bacana de ficar vendo o movimento, e de noite havia muitos jovens reunidos, principalmente nos finais de semana, então era bacana também.
Eu no Malecón
Thiago, eu, Rosângela e Mauricio
Maurício, Thiago e Jorge, com o Hotel Nacional ao fundo, um dos principais de Havana (foi inaugurado em 1930) 
Nesse primeiro dia passamos pelo Capitólio (que está fechado para reforma), andamos pelo centro, vimos milhares de carros antigos (um dos motivos da empolgação da viagem para o Thiago e o Maurício), andamos de "coco táxi", fomos em uma feira de artesanato, e no final da tarde, por indicação da dona da casa onde estavam o Maurício e a Rosângela, conseguimos uma casa para nós 4, com 2 quartos, 2 banheiros, sala e cozinha. Era a casa da Mirta, que morava nos fundos. Acabamos ficando lá nos próximos 4 dias de Havana.
Maurício e Rosângela no "Coco Táxi" 
Thiago na feira de artesanato, com uma pintura mais linda que a outra!
Os três exibidos com a garrafa de rum recém comprada!
Jorge e Thiago caminhando pelo centro
No outro dia fomos na casa do Jorge, onde fizemos macarronada com molho (compramos as coisas no supermercado, que vende tudo em CUC). Almoçamos e fomos passear mais um pouco.
Eu e Rosângela preparando a macarronada
Fachada do Hospital Municipal
Eu e Thiago na Praça da Revolução

Thiago na frente de uma padaria. Nessa, a gente não podia comprar pão, porque elas são somente para o povo cubano, que compra pão com moeda nacional (com o livro de abastecimento)
Nesse dia, também andamos no Habana Bus Tour, que é um daqueles ônibus de turismo que tem nas grandes cidades. Você paga 5 CUC e anda o dia todo, parando nos lugares que você quiser. Foi bem divertido!
Capitólio
Habana Bus Tour
De noite fomos jantar no El Trofeo, que fica quase na frente do Capitólio. Eu tinha indicação de lá, e acabou sendo bem legal. Por algum motivo, a gente teve ataques de riso durante todo o jantar. Lá eu conheci a "TuKola", refrigerante cubano, que na minha opinião, é o melhor genérico de Coca Cola do mundo (pelo menos dos que eu já tomei até hoje, eheheheh). Foi meu substituto a viagem inteira.
Restaurante El Trofeo
Eu (toda rosa) e a TuKola!
Nesse dia resolvemos ficar andando até dar vontade de pegar um táxi. Cuba é um país muito seguro. Eles respeitam muito o turista, porque a gente acaba deixando muito dinheiro lá. E o índice de crimes é muito pequeno, porque a lei é seguida à risca. Outro ponto positivo é o fato de que não tem drogas no país. É certo que eles tomam rum como se fosse água (hehehe, quase isso). Mas não entra cocaína, crack e essas tranqueiras todas que fazem o ser humano perder a cabeça. A gente se sentiu seguro em todos os momentos da viagem. Não tivemos nenhum imprevisto em relação à isso.

No outro dia fomos ao Museu da Revolução. Vale a pena só pela beleza da construção. O Museu em si parece um centro de propaganda revolucionária, com artigos antigos de jornais, mapas da guerrilha, e muitos escritos. 
Eu e Thiago na frente do Museu da Revolução
Marcas de balas, de jovens revolucionários (década de 50)
Interior LINDO do Museu
Em uma das noites, por sugestão do Jorge, fomos assistir ao "Cañonazo de las nueve", que é uma cerimônia onde um canhão é disparado às 21h na Fortaleza San Carlos de La Cabaña. Quem faz os disparos são jovens do serviço militar, vestidos com uniformes similares ao utilizados pelo corpo de oficiais e soldados durante o reinado de Carlos III, que foi quem mandou construir a Fortaleza, que foi a maior fortificação militar da Espanha nas Américas.
Thiago na fortaleza, com um pôr do sol lindo
Disparo do canhão (como se percebe, não conseguimos boas fotos)
No final do espetáculo, uma banda de salsa para animar os turistas. Muito bacana!
No outro dia, despedida! Galerinha com a dona Mirta, dona da casa onde nos hospedamos em Havana
Thiago e Maurício com um taxista com quem acabamos fazendo amizade

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